sábado, 21 de abril de 2012

Sementes de frondosa árvore...

Compartilhando com vocês...

Por: Milton Cunha


Se Deus quiser, esta é a última geração de gênios mundiais que diz que não é normal ser gay. Tomara que as futuras gerações de destacados pensadores, artistas e intelectuais de uma forma geral, superem esta prisão de "não gostaria que meu filho fosse veado ou sapatão". É um cárcere poderoso, que aprisiona mesmo os que usaram tais homossexuais em sua obra para faturar aplausos, risos, e sem jamais esquecer, uns trocados. Aplausos para Chico e Millor, o que não anula a emergência de se pensar: será que tais capacidades, vozes poderosas, terão alguma razão? Se tiverem, eu, por exemplo, estou fu. Se não tiverem, vamos torcer pela superação deste ranço, deixem seus filhos virem aleijados, pretos, com down, bichas, mulher, deixem eles virem, sem expectativas.


Fonte: O Dia
Via: Nossos Tons


Desde que comecei esta coluna há sete anos, travo batalha com personalidades publicas que insistem em nos condenar: somos ótimos para adquirir suas obras, não nos querem na sua família. De Cláudia Leite a Zabelê não sei das quantas, de Jece Valadão ao Papa, vozes formadoras de opinião e sua pequena semente, em nome de Deus, de que somos aberrações. Agora, em Curitiba, a prisão do internauta que afirma sua crença em viver sob os parâmetros de Jesus, o que justifica sua página pedindo a morte de bichas e pretos e algum tipo de mulher. Será que esta sementinha de julgamento pode florescer e dar nestes assassinos? E o mural homossexual destruído na faculdade de Direito, das mais respeitadas do país? Então tá.


E me lembro de Ziraldo, no estúdio do Sem Censura, há anos atrás, nos dizendo: agora toda novela tem que ter um personagem gay, absurdo! E tudo isto volta em minha mente porque assisti ao triunfo de Crô, Valéria e Janete e Pereirão nos Melhores do Ano do Faustão. Duas bichas loucas e o triunfo de seus interpretes, duas mulheres anormais e a glória de suas atrizes: uma débil-mental doce e apaixonante, uma masculinizada cumpridora de tarefas que antes eram de homens, que não perdeu sua capacidade de amar. Isto sem falar no André Gonçalves, que também emplacou uma indicação de finalista pela sua maricona da novela das seis. Será que o público votante está a-do-ran-do nós, os anormais? Enfim, parabéns artistas, mas com a licença de vocês, me ajoelho diante de Cássia Kiss, a corcunda de Notre Dame caipira de Morde e Assopra, a mãe, que mesmo sendo genitora de um marginal, em sua grandeza de alma e compreensão de que não mandamos na realidade e nem em o que nossos filhos serão, foi a prova de que as vezes mais genial que o mais genial dos intelectuais, alguém simplérrimo e do povão que sequer sentou em banco de escola, é capaz destes amores incondicionais que não ficam separando seus filhos em couve-flor ou berinjela da Prússia.

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